Os Dez Mandamentos foram
entregues no Monte Sinai ao
povo hebreu, por Deus,
através de Moisés, separadamente do restante da Torá (ensinamentos).
De acordo com a Bíblia, os Mandamentos escritos nas duas tábuas
da Lei, foram escritas pelo dedo do próprio Deus sendo que os demais foram ditados e
escritos em pergaminhos por Moisés e
ambos falados diretamente ao povo. Em hebraico (língua original dos
Mandamentos).
Os cristãos reconhecem
no Decálogo uma importância e um significado basilares. Algumas igrejas ordenam
a sua completa observância. Outros enfatizam a importância de seguir seus princípios, pois crêem que Cristo resumiu
todos os mandamentos no amor a Deus e ao próximo.
Jesus interpreta a Lei do Amor da
seguinte maneira: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." ~ "E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
Se o cristão praticar o que Jesus
ordenou estará vivendo uma vida eticamente cristã, pois esta ética nos ensina
os princípios bíblicos que orientam a conduta cristã, nas diversas esferas da
vida.
Visão geral
Os dez mandamentos eram leis que
diziam como os israelitas deviam viver uma vida ética como uma nação. As leis
vieram diretamente de Deus para Moisés e foram escritas em duas tábuas de
pedra. Elas foram dadas a Moisés quando ele se encontrou com Deus no Monte
Sinai durante o tempo em que os israelitas vagaram pelo deserto. Esses
mandamentos eram uma aliança entre Deus e seu povo. Eles significavam o
relacionamento e a promessa de amor e orientação de Deus. Essas leis foram
feitas para ajudar os israelitas a se darem bem juntos e manter a sua adoração
ao único Deus verdadeiro.
Deus deu esses mandamentos duas
vezes aos israelitas. Moisés quebrou as primeiras tábuas num surto de ira
quando viu os israelitas adorando um ídolo, um bezerro de ouro. Depois disso
Deus deu os mandamentos a ele novamente (Êxodo 33.1 e 34.1). No Novo Testamento,
Jesus diz que ele veio para cumprir os mandamentos. A aliança entre Deus e seu
povo não é mais baseada na obediência aos mandamentos, mas no relacionamento
com Cristo.
Os antecedentes bíblicos dos Dez Mandamentos
Os dez mandamentos são relatados duas
vezes no Velho Testamento: a primeira vez no livro de Êxodo (Êxodo 20.2-17), na
passagem que descreve o presente de Deus a Israel, e a Segunda vez em
Deuteronômio (Deuteronômio 5.6-21), no contexto de uma cerimônia de renovação
da aliança. Moisés lembra o seu povo da substância e do significado dos
mandamentos, enquanto eles renovam a sua lealdade à aliança com Deus. Na língua
original, os mandamentos são chamados de "as dez palavras". De acordo
com o texto bíblico, eles são "palavras" ou leis, ditas por Deus, não
o resultado de um processo legislativo humano. É dito que os mandamentos são
escritos em duas tábuas. Isso não significa que havia cinco mandamentos em cada
tábua. Ao invés disso, todos os dez estavam escritos nas duas tábuas, a
primeira pertencia a Deus que deu a lei, e a segunda pertencia a Israel que
recebeu as leis. Os mandamentos tratam com duas áreas básicas da vida humana.
As cinco primeiras dizem respeito ao relacionamento com Deus, e as cinco
últimas ao relacionamento entre os seres humanos.
O contexto dos Dez Mandamentos
Os mandamentos são inseparáveis
da aliança. Deus garantiu o seu comprometimento com Israel e em retorno ele
impôs certas obrigações sobre o povo israelita. Apesar das obrigações de Israel
serem expressas detalhadamente mais pra frente, a expressão mais precisa e
sucinta é dada nos Dez Mandamentos. Os mandamentos listaram os princípios mais
fundamentais da lei hebraica. As leis detalhadas que estão no Pentateuco, na
maior parte, aplicam os princípios em situações específicas. Desta maneira, o
papel dos dez mandamentos na Israel antiga era de dar direção a um
relacionamento. Eles não deveriam obedecer só por obedecer ou para ganhar algum
tipo de crédito, mas sim para descobrir a riqueza e a plenitude de um
relacionamento com Deus. Os mandamentos não eram meramente um código de ética
ou conselho moral. A aliança era entre Deus e uma nação; os mandamentos eram
diretamente direcionados a vida daquela nação e seus cidadãos.
Conseqüentemente, o papel inicial dos mandamentos era parecido com aquele de
uma lei criminal numa nação moderna. Israel era uma teocracia, uma nação cujo
rei era Deus (Deuteronômio 33.5).
Os mandamentos proporcionavam
orientação aos cidadãos da nação. Então, infringir um mandamento era cometer um
crime contra a nação e contra o governador desta nação, Deus. As penalidades
eram severas, pois quebrar um mandamento ameaçava a relacionamento da aliança e
a existência continua da nação.
O significado dos Dez Mandamentos
Os mandamentos começam com um
prefácio (Êxodo 20.2; Deuteronômio 5.6) que identifica Deus, que deu os
mandamentos a um povo com quem ele já tinha um relacionamento. A pessoa que da
a lei é o Deus do Êxodo, que redimiu o seu povo da escravidão e os deu a
liberdade. Os mandamentos foram dados a um povo que havia sido redimido; eles
não foram dados para alcançar a redenção. Há algumas variações na numeração dos
mandamentos.
O capítulo 20.1-26. Deus fez
escrever os dez mandamentos em duas tábuas de pedra. Foram guardadas dentro da
arca durante séculos. Portanto, deu-se ao tabernáculo o nome de "tenda do
testemunho" para lembrar aos israelitas que dentro da arca estava a lei e que
deviam viver de acordo com ela. Os primeiros quatro mandamentos tratam das
relações que devem imperar entre os homens e Deus, e os restantes têm que ver
com as relações dos homens entre si. A ordem é muito apropriada. Somente os que
amam a Deus podem em verdade amar a seu próximo.
O significado dos Dez Mandamentos consiste no seguinte:
a) Primeiro
Mandamento - A unicidade de Deus: "Não terás outros deuses diante de mim -
Há um só Deus e só a ele havemos de oferecer culto. A adoração a anjos, a santos
ou qualquer outra coisa é violação do primeiro mandamento.
b) Segundo
Mandamento - A espiritualidade de Deus: "Não farás para ti imagem."
Proíbe-se não somente a adoração de imagens ou de deuses falsos, mas também o
prestar culto ao verdadeiro Deus em forma errada. Tais coisas desagradam ao
Criador. Deus é espírito e não tem forma.
c) Terceiro
Mandamento - A santidade de Deus:
"Não tomaras o nome do Senhor teu Deus em
vão." Este mandamento inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira
leviana, blasfema ou insincera. Deve-se reverenciar o nome divino porque revela
o caráter de Deus. Originalmente este mandamento se referia a não jurar pelo
nome de Deus se o juramento fosse falso (Levítico 19.12), mas se permitia jurar
pelo seu nome (Deuteronômio 10.20). Contudo, Jesus proibiu terminantemente
jurar pelas coisas sagradas (Mateus 5.34-37). A simples palavra de um filho de
Deus deve ser verdadeira, sem recorrer a juramentos.
d) Quarto
Mandamento - A soberania de Deus:
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." Um dia da semana
pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus guardando o dia de repouso,
visto que esse dia nos lembra que Deus é o Criador a quem devemos culto e
serviço. "Santificar" o dia significa separá-lo para culto e serviço.
e) Quinto
Mandamento - Respeito aos
representantes de Deus: "Honra a teu pai e a tua mãe." O homem que
não honra a seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta é a base do respeito a
toda a autoridade.
f) Sexto
Mandamento - A vida humana é
sagrada: "Não matarás." Este mandamento proíbe o homicídio mas não a
pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte. Também se
permitia a guerra, visto como o soldado atua como agente do estado.
g) Sétimo
Mandamento - A família é sagrada: "Não adulterarás." Este mandamento
protege o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus. Isto
vigora tanto para o homem como para a mulher (Levítico 20.10).
h) Oitavo
Mandamento - Respeito à propriedade alheia: "Não furtarás." Há muitas
maneiras de violar este mandamento, tais como não pagar suficientemente ao
empregado, não fazer o trabalho correspondente ao salário combinado, cobrar
demasiado e descuidar a propriedade do senhor.
i) Nono
Mandamento - A justiça: "Não dirás falso testemunho." O testemunho
falso, desnecessário, sem valor ou sem fundamento constitui uma das formas mais
seguras de arruinar a reputação de uma pessoa e impedida de receber tratamento
justo por parte dos outros.
j) Décimo
Mandamento - O controle dos desejos: "Não cobiçarás." A cobiça é o
ponto de Partida de muitos dos pecados contra Deus e contra os homens. As
palavras "porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que Visito a maldade dos pais nos filhos
até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (20.5) devem
ser interpretadas à luz do caráter de Deus e de outras Escrituras. Deus é
zeloso no sentido de Ser exclusivista, não tolerando que seu
povo preste culto a outros deuses. Como um marido que ama a sua esposa não
permite que ela reparta seu amor com outros homens, Deus não tolera nenhum
rival Deus não castiga os filhos pelos pecados de seus pais senão nos casos em
que os filhos continuem nos pecados dos pais. Castiga os que o "aborrecem"
e não os arrependidos. "A alma que pecar, essa morrerá"; "o
filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho"
(Ezequiel 18.20). Em vez disso, a maldade passa de geração a geração pela
influência dos pais e quando chega a seu ponto culminante, Deus traz castigo
sobre os pecadores (Gênesis 15.16; II Reis 17.6-23; Mateus 23.32-36).
Jesus e os Dez Mandamentos
a) O primeiro
mandamento diz: "não terá outros deuses diante de mim." Êxodo 20.3 O
que Jesus disse: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás."
Mateus 4.10.
b) O segundo
mandamento diz: ".Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do
que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da
terra." - Êxodo 20.4. O que Jesus disse: "Ninguém pode servir a dois
senhores" - Lucas 16.13.
c) O terceiro
mandamento diz: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;" -
Êxodo 20:7. O que Jesus disse: "de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu,
porque é o trono de Deus;" - Mateus 5.34.
d) O quarto
mandamento diz: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." -
Êxodo 20.8-10. O que Jesus disse: "O sábado foi feito por causa do homem,
e não o homem por causa do sábado. Pelo que o Filho do homem até do sábado é
Senhor." - Marcos 2.27-28.
e) O quinto
mandamento diz: "Honra a teu pai e a tua mãe" - Êxodo 20.12 O que
Jesus disse: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim"
- Mateus 10.37.
f) O sexto
mandamento diz: "Não matarás" - Êxodo 20.13 O que Jesus disse:
"aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo" -
Mateus 5.22.
g) O sétimo
mandamento diz: "Não adulterarás" - Êxodo 20.14 O que Jesus disse:
"aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração
cometeu adultério com ela." - Mateus 5.28.
h) O oitavo
mandamento diz: "Não roubarás" - Êxodo 20.15 O que Jesus disse:
"e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a
capa;" - Mateus 5.40.
i) O nono
mandamento diz: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" -
Êxodo 20.16 O que Jesus disse: "Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil
que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo." - Mateus 12.36.
j) O décimo
mandamento diz: "Não cobiçarás..." - Êxodo 20.17 O que Jesus disse:
"Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do
homem não consiste na abundância das coisas que possui." - Lucas 12.15.
Na ética dos dez mandamentos, o que importa não
é só o não fazer, mas o praticar o que é justo e reto, com base no amor, de
acordo com a vontade de Deus.
Referências Bibliográficas
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. João Ferreira de Almeida. Rio
de Janeiro: CPAD, 1995.
HOFF, Paul. O Pentateuco.
Vida, 1983.
www.vivo.com.br. Acesso em 14 de setembro de 2011.