quarta-feira, 26 de outubro de 2011

OS DEZ MANDAMENTOS


Os Dez Mandamentos foram entregues no Monte Sinai ao povo hebreu, por Deus, através de Moisés, separadamente do restante da Torá (ensinamentos). De acordo com a Bíblia, os Mandamentos escritos nas duas tábuas da Lei, foram escritas pelo dedo do próprio Deus sendo que os demais foram ditados e escritos em pergaminhos por Moisés e ambos falados diretamente ao povo. Em hebraico (língua original dos Mandamentos).
Os cristãos reconhecem no Decálogo uma importância e um significado basilares. Algumas igrejas ordenam a sua completa observância. Outros enfatizam a importância de seguir seus princípios, pois crêem que Cristo resumiu todos os mandamentos no amor a Deus e ao próximo.
Jesus interpreta a Lei do Amor da seguinte maneira: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." ~ "E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
Se o cristão praticar o que Jesus ordenou estará vivendo uma vida eticamente cristã, pois esta ética nos ensina os princípios bíblicos que orientam a conduta cristã, nas diversas esferas da vida.


Visão geral
Os dez mandamentos eram leis que diziam como os israelitas deviam viver uma vida ética como uma nação. As leis vieram diretamente de Deus para Moisés e foram escritas em duas tábuas de pedra. Elas foram dadas a Moisés quando ele se encontrou com Deus no Monte Sinai durante o tempo em que os israelitas vagaram pelo deserto. Esses mandamentos eram uma aliança entre Deus e seu povo. Eles significavam o relacionamento e a promessa de amor e orientação de Deus. Essas leis foram feitas para ajudar os israelitas a se darem bem juntos e manter a sua adoração ao único Deus verdadeiro.
Deus deu esses mandamentos duas vezes aos israelitas. Moisés quebrou as primeiras tábuas num surto de ira quando viu os israelitas adorando um ídolo, um bezerro de ouro. Depois disso Deus deu os mandamentos a ele novamente (Êxodo 33.1 e 34.1). No Novo Testamento, Jesus diz que ele veio para cumprir os mandamentos. A aliança entre Deus e seu povo não é mais baseada na obediência aos mandamentos, mas no relacionamento com Cristo.

Os antecedentes bíblicos dos Dez Mandamentos
Os dez mandamentos são relatados duas vezes no Velho Testamento: a primeira vez no livro de Êxodo (Êxodo 20.2-17), na passagem que descreve o presente de Deus a Israel, e a Segunda vez em Deuteronômio (Deuteronômio 5.6-21), no contexto de uma cerimônia de renovação da aliança. Moisés lembra o seu povo da substância e do significado dos mandamentos, enquanto eles renovam a sua lealdade à aliança com Deus. Na língua original, os mandamentos são chamados de "as dez palavras". De acordo com o texto bíblico, eles são "palavras" ou leis, ditas por Deus, não o resultado de um processo legislativo humano. É dito que os mandamentos são escritos em duas tábuas. Isso não significa que havia cinco mandamentos em cada tábua. Ao invés disso, todos os dez estavam escritos nas duas tábuas, a primeira pertencia a Deus que deu a lei, e a segunda pertencia a Israel que recebeu as leis. Os mandamentos tratam com duas áreas básicas da vida humana. As cinco primeiras dizem respeito ao relacionamento com Deus, e as cinco últimas ao relacionamento entre os seres humanos.


O contexto dos Dez Mandamentos
Os mandamentos são inseparáveis da aliança. Deus garantiu o seu comprometimento com Israel e em retorno ele impôs certas obrigações sobre o povo israelita. Apesar das obrigações de Israel serem expressas detalhadamente mais pra frente, a expressão mais precisa e sucinta é dada nos Dez Mandamentos. Os mandamentos listaram os princípios mais fundamentais da lei hebraica. As leis detalhadas que estão no Pentateuco, na maior parte, aplicam os princípios em situações específicas. Desta maneira, o papel dos dez mandamentos na Israel antiga era de dar direção a um relacionamento. Eles não deveriam obedecer só por obedecer ou para ganhar algum tipo de crédito, mas sim para descobrir a riqueza e a plenitude de um relacionamento com Deus. Os mandamentos não eram meramente um código de ética ou conselho moral. A aliança era entre Deus e uma nação; os mandamentos eram diretamente direcionados a vida daquela nação e seus cidadãos. Conseqüentemente, o papel inicial dos mandamentos era parecido com aquele de uma lei criminal numa nação moderna. Israel era uma teocracia, uma nação cujo rei era Deus (Deuteronômio 33.5).
Os mandamentos proporcionavam orientação aos cidadãos da nação. Então, infringir um mandamento era cometer um crime contra a nação e contra o governador desta nação, Deus. As penalidades eram severas, pois quebrar um mandamento ameaçava a relacionamento da aliança e a existência continua da nação.


O significado dos Dez Mandamentos
Os mandamentos começam com um prefácio (Êxodo 20.2; Deuteronômio 5.6) que identifica Deus, que deu os mandamentos a um povo com quem ele já tinha um relacionamento. A pessoa que da a lei é o Deus do Êxodo, que redimiu o seu povo da escravidão e os deu a liberdade. Os mandamentos foram dados a um povo que havia sido redimido; eles não foram dados para alcançar a redenção. Há algumas variações na numeração dos mandamentos.
O capítulo 20.1-26. Deus fez escrever os dez mandamentos em duas tábuas de pedra. Foram guardadas dentro da arca durante séculos. Portanto, deu-se ao tabernáculo o nome de "tenda do testemunho" para lembrar aos israelitas que dentro da arca estava a lei e que deviam viver de acordo com ela. Os primeiros quatro mandamentos tratam das relações que devem imperar entre os homens e Deus, e os restantes têm que ver com as relações dos homens entre si. A ordem é muito apropriada. Somente os que amam a Deus podem em verdade amar a seu próximo.


O significado dos Dez Mandamentos consiste no seguinte:
a) Primeiro Mandamento - A unicidade de Deus: "Não terás outros deuses diante de mim - Há um só Deus e só a ele havemos de oferecer culto. A adoração a anjos, a santos ou qualquer outra coisa é violação do primeiro mandamento.

b) Segundo Mandamento - A espiritualidade de Deus: "Não farás para ti imagem." Proíbe-se não somente a adoração de imagens ou de deuses falsos, mas também o prestar culto ao verdadeiro Deus em forma errada. Tais coisas desagradam ao Criador. Deus é espírito e não tem forma.

c) Terceiro Mandamento - A santidade de Deus: "Não tomaras o nome do Senhor teu Deus em vão." Este mandamento inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira leviana, blasfema ou insincera. Deve-se reverenciar o nome divino porque revela o caráter de Deus. Originalmente este mandamento se referia a não jurar pelo nome de Deus se o juramento fosse falso (Levítico 19.12), mas se permitia jurar pelo seu nome (Deuteronômio 10.20). Contudo, Jesus proibiu terminantemente jurar pelas coisas sagradas (Mateus 5.34-37). A simples palavra de um filho de Deus deve ser verdadeira, sem recorrer a juramentos.

d) Quarto Mandamento - A soberania de Deus: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." Um dia da semana pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus guardando o dia de repouso, visto que esse dia nos lembra que Deus é o Criador a quem devemos culto e serviço. "Santificar" o dia significa separá-lo para culto e serviço.

e) Quinto Mandamento - Respeito aos representantes de Deus: "Honra a teu pai e a tua mãe." O homem que não honra a seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta é a base do respeito a toda a autoridade.

f) Sexto Mandamento - A vida humana é sagrada: "Não matarás." Este mandamento proíbe o homicídio mas não a pena capital, visto que a própria lei estipulava a pena de morte. Também se permitia a guerra, visto como o soldado atua como agente do estado.

g) Sétimo Mandamento - A família é sagrada: "Não adulterarás." Este mandamento protege o matrimônio por ser uma instituição sagrada instituída por Deus. Isto vigora tanto para o homem como para a mulher (Levítico 20.10).

h) Oitavo Mandamento - Respeito à propriedade alheia: "Não furtarás." Há muitas maneiras de violar este mandamento, tais como não pagar suficientemente ao empregado, não fazer o trabalho correspondente ao salário combinado, cobrar demasiado e descuidar a propriedade do senhor.

i) Nono Mandamento - A justiça: "Não dirás falso testemunho." O testemunho falso, desnecessário, sem valor ou sem fundamento constitui uma das formas mais seguras de arruinar a reputação de uma pessoa e impedida de receber tratamento justo por parte dos outros.

j) Décimo Mandamento - O controle dos desejos: "Não cobiçarás." A cobiça é o ponto de Partida de muitos dos pecados contra Deus e contra os homens. As palavras "porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que Visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (20.5) devem ser interpretadas à luz do caráter de Deus e de outras Escrituras. Deus é zeloso no sentido de Ser exclusivista, não tolerando que seu povo preste culto a outros deuses. Como um marido que ama a sua esposa não permite que ela reparta seu amor com outros homens, Deus não tolera nenhum rival Deus não castiga os filhos pelos pecados de seus pais senão nos casos em que os filhos continuem nos pecados dos pais. Castiga os que o "aborrecem" e não os arrependidos. "A alma que pecar, essa morrerá"; "o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho" (Ezequiel 18.20). Em vez disso, a maldade passa de geração a geração pela influência dos pais e quando chega a seu ponto culminante, Deus traz castigo sobre os pecadores (Gênesis 15.16; II Reis 17.6-23; Mateus 23.32-36).

Jesus e os Dez Mandamentos
a) O primeiro mandamento diz: "não terá outros deuses diante de mim." Êxodo 20.3 O que Jesus disse: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás." Mateus 4.10.

b) O segundo mandamento diz: ".Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra." - Êxodo 20.4. O que Jesus disse: "Ninguém pode servir a dois senhores" - Lucas 16.13.

c) O terceiro mandamento diz: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;" - Êxodo 20:7. O que Jesus disse: "de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;" - Mateus 5.34.

d) O quarto mandamento diz: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." - Êxodo 20.8-10. O que Jesus disse: "O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor." - Marcos 2.27-28.

e) O quinto mandamento diz: "Honra a teu pai e a tua mãe" - Êxodo 20.12 O que Jesus disse: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim" - Mateus 10.37.

f) O sexto mandamento diz: "Não matarás" - Êxodo 20.13 O que Jesus disse: "aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo" - Mateus 5.22.

g) O sétimo mandamento diz: "Não adulterarás" - Êxodo 20.14 O que Jesus disse: "aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." - Mateus 5.28.

h) O oitavo mandamento diz: "Não roubarás" - Êxodo 20.15 O que Jesus disse: "e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;" - Mateus 5.40.

i) O nono mandamento diz: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" - Êxodo 20.16 O que Jesus disse: "Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo." - Mateus 12.36.

j) O décimo mandamento diz: "Não cobiçarás..." - Êxodo 20.17 O que Jesus disse: "Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui." - Lucas 12.15.


Na ética dos dez mandamentos, o que importa não é só o não fazer, mas o praticar o que é justo e reto, com base no amor, de acordo com a vontade de Deus.


Referências Bibliográficas

BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

HOFF, Paul. O Pentateuco. Vida, 1983.

www.vivo.com.br. Acesso em 14 de setembro de 2011.